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Questões sobre Habermas
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A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança
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a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional.Esta alternativa está incorreta porque propõe a secessão como solução para a obtenção de igualdade de direitos para as minorias. A secessão implica na criação de um estado independente para a minoria, mas não resolve as questões da coexistência democrática dentro de um mesmo território. Segundo Habermas, a democracia deve lidar com os conflitos culturais internamente, através do debate público e da busca pelo consenso através do "melhor argumento", em vez de criar divisões territoriais.
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a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional.Esta alternativa está incorreta porque propõe a autonomia individual como uma libertação das tradições culturais de origem. Habermas valoriza o papel das tradições e das identidades culturais, mas argumenta que elas devem ser submetidas ao diálogo democrático e ao debate público. A ênfase está na convivência democrática e não na liberação das tradições, que pode ser vista como uma forma de isolamento cultural.
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a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional.Esta alternativa está incorreta porque sugere que a solução para os conflitos culturais é a reunificação em torno de uma única cultura política nacional. Habermas não defende a uniformização cultural, mas sim a convivência das multiplicidades através do diálogo e do entendimento mútuo. A coesão deve ser construída com respeito às diferenças culturais e não pela assimilação em uma única cultura homogênea.
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a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento.Esta alternativa está correta porque descreve a ideia de coexistência das diferenças através do debate público, onde os grupos minoritários podem expressar sua identidade e valores. Habermas defende que o autoentendimento cultural deve ser submetido ao debate público, vinculado à força do melhor argumento, promovendo o diálogo e a integração nas democracias contemporâneas. Isso fortalece a inclusão das minorias sem eliminar as diferenças.
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o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada.Esta alternativa está incorreta porque sugere que deve haver um desaparecimento das distinções linguísticas e culturais nas arenas políticas. Habermas defende a inclusão e o reconhecimento das diferenças culturais, não o seu desaparecimento. A arena política deve ser um espaço de diálogo onde essas diferenças podem ser expressas e negociadas no contexto de um entendimento compartilhado e democrático.
A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a)
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produto da razão, que todo indivíduo traz latente desde o nascimento, mas que só se firma no processo latente educativo.A ideia aqui proposta não se alinha com a visão de Habermas. Embora a razão seja fundamental na teoria dele, a ideia de que a verdade já existiria dentro de cada indivíduo desde o nascimento não é fiel ao seu pensamento. Em vez disso, para Habermas, a razão e a verdade são coisas que se desenvolvem através das interações comunicativas ao longo da vida, não algo que já está pré-determinado.
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resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros.Esta alternativa está incorreta em relação ao pensamento de Habermas. A ideia de que a verdade está mais desenvolvida nos "espíritos elevados" não corresponde à sua teoria democrática, na qual todos os indivíduos, como iguais, participam da formação da verdade através do debate racional. Para Habermas, a verdade deve ser acessível a todos através do consenso, não monopolizada por alguns indivíduos supostamente mais elevados.
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critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores.Esta opção está incorreta do ponto de vista habermasiano. Habermas não concebe a verdade como um critério transcendental ou acima dos homens, mas sim como algo que emerge do processo de diálogo e comunicação. Por isso, a verdade não é um padrão externo pelo qual julgar, mas um resultado do próprio processo de interação racional entre as pessoas.
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construção da atividade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.Esta alternativa está correta. De acordo com Habermas, em uma sociedade democrática, a verdade não é algo que está dado desde o início, mas sim um objetivo a ser alcançado através do diálogo. A ideia é que, através da comunicação e do debate entre indivíduos, se chegue a um consenso sobre o que é verdadeiro. Isso ocorre quando os indivíduos exercem a razão de forma colaborativa e respeitosa, ouvindo argumentos uns dos outros e se deixando convencer pelas melhores razões apresentadas.
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alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo.Esta afirmação está incorreta dentro do contexto da concepção de Habermas. A busca pela verdade, segundo ele, não é uma empreitada solitária à qual cada pessoa chega por conta própria. Em vez disso, é um objetivo comum que se atinge por meio da interação e argumentação coletiva racional, idealmente levando ao consenso entre os participantes no diálogo.
O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a)
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Eleição de lideranças políticas com mandatos temporários.A eleição de lideranças políticas pode ser uma característica de muitas democracias, mas para Habermas, o foco está no processo deliberativo e na discussão pública que leva à decisão, mais do que nos mecanismos eleitorais em si. A democracia deliberativa não se centra apenas na escolha de líderes, mas no processo inclusivo e racional de debate que envolve os cidadãos. Portanto, essa alternativa não reflete a condição correta para favorecer a inclusão social segundo Habermas.
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Participação direta periódica do cidadão.A participação direta periódica do cidadão pode parecer alinhada com a ideia de democracia, mas no contexto do pensamento de Habermas, é mais importante o processo contínuo e inclusivo de debate público. Não basta participar periodicamente; é necessário haver um espaço constante e aberto para a discussão racional e o discurso. Portanto, essa alternativa não é a condição correta conforme o conceito de democracia de Habermas.
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Interlocução entre os poderes governamentais.A interlocução entre os poderes governamentais é uma prática comum em muitas democracias, mas no conceito de democracia deliberativa de Habermas, a ênfase está no discurso e na deliberação pública entre todos os cidadãos, não apenas entre os poderes governamentais. A inclusão social é promovida por uma comunicação livre e racional entre cidadãos e o Estado, não apenas entre os poderes. Assim, esta não é a condição destacada para a inclusão social.
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Debate livre e racional entre cidadãos e Estado.Esta alternativa está correta. No pensamento de Habermas, para que a democracia deliberativa favoreça processos de inclusão social, é essencial que haja um debate livre e racional entre os cidadãos e o Estado. Esse processo de deliberação é o que garante que todas as vozes, especialmente as que são marginalizadas, possam ser ouvidas e consideradas na tomada de decisões. A ênfase está no discurso inclusivo e racional, o que promove a legitimidade das decisões democráticas e a inclusão social.
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Controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos.Essa alternativa sugere que apenas cidadãos mais esclarecidos deveriam controlar o poder político, o que contraria o princípio da inclusão social. No pensamento de Habermas, o poder político não deve ser restrito a um grupo específico de cidadãos, mas deve ser acessível a todos através de um processo de deliberação pública. Portanto, essa alternativa não é correta no contexto do conceito de democracia deliberativa de Habermas.
Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser estabelecida pelo(a):
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conhecimento filosófico, que expressa a verdade.Incorreto. O conhecimento filosófico pode auxiliar na reflexão sobre normas, mas para Habermas, a validade de uma norma não é estabelecida diretamente pelo saber filosófico ou pela busca da "verdade", mas sim pelo consenso alcançado através da comunicação entre os indivíduos afetados pela norma.
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poder político, que se concentra no sistema partidário.Incorreto. O poder político, especialmente no contexto de sistemas partidários, pode impor normas, mas para Habermas, a validade das normas deve emergir do acordo entre os participantes de uma comunicação livre, não de autoritarismo ou imposição política. O foco está no discurso participativo, não no poder político em si.
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liberdade humana, que consagra a vontade.Incorreto. Embora a liberdade humana seja importante na teoria ética, Habermas destaca a razão comunicativa como o meio pelo qual se alcança a validade das normas através do consenso. A liberdade aqui está mais relacionada à capacidade de participar livremente no discurso, mas não diretamente à validação das normas.
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técnica científica, que aumento o poder do homem.Incorreto. A técnica científica se concentra no controle e no poder sobre a natureza, o que é uma noção muito distinta da discussão ética e normativa no contexto das teorias de Habermas. Ele está mais preocupado com o processo participativo de construção de normas do que com aspectos técnicos ou científicos.
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razão comunicativa, que requer um consenso.Correto. Habermas propõe a ideia de "razão comunicativa", que se refere a um processo de discussão e argumentação onde todas as partes envolvidas participam de forma livre e racional. Para ele, a validade de uma norma surge a partir do consenso alcançado nesse processo de comunicação, onde todos os participantes aceitam a norma não por imposição, mas por convencimento racional.
De maior gravidade são as consequências que um conceito restrito de moral comporta para as questões da ética do meio ambiente. O modelo antropocêntrico parece trazer uma espécie de cegueira às teorias do tipo kantiano, no que diz respeito às questões da responsabilidade moral do homem pelo seu meio ambiente. (HABERMAS, Jurgen. Comentários à Ética do Discurso. Trad. de Gilda Lopes Encarnação. Lisboa: Instituto Piaget, 1999, p.212.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Ética do Discurso, é correto afirmar que a ética
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compreende a atitude conservacionista que o sistema econômico adota em relação ao ambiente.Essa afirmativa está incorreta. A Ética do Discurso, proposta por Jürgen Habermas, não se alinha com a ideia de atitude conservacionista adotada pelo sistema econômico. Na verdade, Habermas critica modelos antropocêntricos que colocam o ser humano no centro das preocupações éticas sem considerar os impactos ambientais e a responsabilidade moral em relação ao meio ambiente.
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abrange as ações isoladas das pessoas visando adequar-se às mudanças climáticas e às catástrofes naturais.Essa afirmativa está incorreta. A Ética do Discurso enfatiza a importância do diálogo e do consenso na construção de normas éticas, ao invés de focar em ações isoladas de indivíduos. As ações individuais são importantes, mas a abordagem de Habermas está mais voltada para a ação comunicativa e a construção coletiva de decisões éticas.
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implica a instrumentalização dos recursos tecnológicos em benefício da redução da poluição.Essa afirmativa está incorreta. A Ética do Discurso não se limita à instrumentalização de recursos tecnológicos para fins específicos, como a redução da poluição. Porém, ela se preocupa mais com a formação de consensos éticos por meio do diálogo que respeite todas as partes envolvidas, ao invés de buscar soluções puramente tecnológicas.
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corresponde à maneira como o homem deseja construir e realizar plenamente a sua existência no planeta.Essa afirmativa está correta. A Ética do Discurso, conforme desenvolvida por Habermas, se preocupa com a maneira como os seres humanos podem construir e realizar sua existência de maneira plena no planeta. Ela busca orientar práticas éticas através do diálogo e da racionalidade, enfatizando a responsabilidade coletiva em relação ao meio ambiente e à sociedade.
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refere-se à atitude de retorno do homem à vida natural, observando as leis da natureza e sua regularidade.Essa afirmativa está incorreta. A Ética do Discurso não endossa a noção de um retorno à vida natural de acordo com as leis da natureza. Enquanto essa ética promove a responsabilidade ambiental, seu foco está mais na importância do diálogo e do entendimento mútuo para a construção de normas éticas, ao invés de um retorno direto à natureza ou a obediência cega às suas leis.
Tendo presente a obra de Jürgen Habermas, é correto afirmar.
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Para que a ciência progrida e as pesquisas avancem na direção de novas descobertas, a ciência necessita estar sintonizada com o princípio da neutralidade científica.Essa alternativa está incorreta. Habermas critica a ideia de neutralidade científica que ignora as repercussões sociais e éticas das descobertas científicas. Ele acredita que a ciência deve reconhecer sua responsabilidade social e ética, participando do debate público e integrando considerações normativas em seu desenvolvimento. A ciência não pode ser completamente neutra, pois suas aplicações têm impactos significativos na sociedade.
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O debate sobre as consequências éticas da ciência, especialmente da biotecnologia, deve ocorrer a posteriori para não atrapalhar um possível progresso resultante das novas descobertas científicas.Esta alternativa está incorreta. Habermas argumenta em favor de um debate ético prévio e contínuo no âmbito da ciência, incluindo a biotecnologia, e não que ele deva ocorrer apenas a posteriori. Segundo Habermas, questões éticas e de consenso devem ser discutidas antecipadamente para garantir que o progresso científico respeite valores humanos e sociais. Ignorar as implicações éticas e deixar essas discussões para depois pode levar a consequências indesejadas ou até mesmo perigosas.
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O ritmo lento da produção legislativa frente à rapidez das novas descobertas científicas torna sem sentido estabelecer limites ético-normativos para questões que envolvem a ciência.Esta alternativa está incorreta. Habermas não considera que os limites ético-normativos sejam sem sentido devido à rapidez das descobertas científicas. Pelo contrário, ele argumenta que é essencial estabelecer tais limites precisamente por causa do ritmo acelerado das inovações científicas, a fim de garantir que o desenvolvimento tecnológico ocorra de forma ética e responsável. A regulação deve acompanhar as descobertas para proteger os valores humanos fundamentais.
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Diante da inserção dos laboratórios de pesquisa na lógica de mercado, caso seja possível alterar geneticamente características dos bebês, caberá aos pais estabelecer limites éticos para as possibilidades oferecidas.Esta alternativa está incorreta segundo a perspectiva de Habermas. Ele argumenta que delegar exclusivamente aos pais a decisão sobre intervenções genéticas em bebês pode resultar em uma forma de engenharia social que desrespeita a autonomia e a dignidade dos futuros indivíduos. Habermas defende uma estrutura ética mais ampla, que envolve o debate público e a regulação para evitar a mercantilização da vida humana.
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A pesquisa com seres humanos, sobretudo quando envolve a possibilidade futura de intervenções terapêuticas e de aperfeiçoamento, requer que se faça uma clara distinção entre eugenia positiva e negativa.Essa alternativa é correta. Jürgen Habermas discute a distinção entre eugenia positiva e negativa em seu livro "O Futuro da Natureza Humana". A eugenia positiva se refere a intervenções genéticas com intenção de aprimorar características desejáveis, enquanto a eugenia negativa busca eliminar características indesejáveis ou doenças. Habermas defende que devemos considerar cuidadosamente essas distinções, especialmente em relação à autonomia e ao respeito pelos sujeitos futuros que serão impactados por essas intervenções, portanto, está alinhado com a preocupação ética na pesquisa genética.
Sobre o pensamento de Jürgen Habermas, assinale o que for correto.
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Ao afastar-se da Escola de Frankfurt, Jürgen Habermas abandona, ao mesmo tempo, a teoria crítica da sociedade e a crítica da razão instrumental.Esta afirmação também está incorreta. Apesar de Habermas ter se afastado de algumas das abordagens da Escola de Frankfurt, ele não abandonou a teoria crítica da sociedade nem a crítica da razão instrumental. Pelo contrário, ele busca reformulá-las, propondo a teoria da ação comunicativa como uma maneira de superar os limites impostos pela teoria crítica tradicional.
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A racionalidade comunicativa, contida na Teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas, elabora-se na interação intersubjetiva, mediatizada pela linguagem de sujeitos que desejam alcançar, por meio do entendimento, um consenso autêntico.Esta é a afirmação correta. Jürgen Habermas desenvolve a teoria da ação comunicativa, que coloca a interação comunicativa e intersubjetiva no centro da racionalidade humana. Ele argumenta que, para se alcançar um verdadeiro consenso, os indivíduos devem participar de um diálogo genuíno e buscar o entendimento mútuo, livre de coerção e dominância.
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Ao contrário de Max Horkheimer, Theodor W. Adorno e Walter Benjamin, Jürgen Habermas continua fiel ao materialismo histórico, ou seja, à ortodoxia marxista.Esta assertiva está errada. Habermas, na verdade, não continua fiel à ortodoxia marxista. Embora ele tenha sido influenciado pelo marxismo no início de sua carreira, ele defende uma visão mais aberta e menos dogmática que ele mesmo reformula. Habermas distanciou-se das interpretações tradicionais do materialismo histórico, focando em uma crítica mais voltada para a comunicação e menos para a economia.
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A relação posta pela Filosofia positivista entre o objeto da investigação científica e o sujeito que investiga é, para Jürgen Habermas, o caminho a ser adotado por uma racionalidade que deseja a emancipação humana.Esta afirmação está incorreta. A Filosofia positivista é criticada por Jürgen Habermas porque tende a tratar o conhecimento de maneira reducionista, focando apenas nos aspectos empíricos e técnicos do saber. Em vez disso, Habermas propõe uma abordagem comunicativa e intersubjetiva da racionalidade, a qual busca a emancipação humana através do diálogo e do entendimento mútuo, não pela objetivação e controle técnico impostos pelo positivismo.
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